RESENHA: Tash e Tolstói | Kathryn Ormsbee

Título Original: Tash Hearts Tolstoy

Gênero: Y.A., Contemporâneo

Editora: Seguinte

Ano de Publicação (BR): 2017

Número de Páginas: 376

Minha Nota: 4 de 5

ISBN-13: 978-855-534-046-8

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Sinopse:

Natasha Zelenka é apaixonada por filmes antigos, livros clássicos e pelo escritor russo Liev Tolstói. Tanto que Famílias Infelizes, a websérie que a garota produz no YouTube com Jack, sua melhor amiga, é uma adaptação moderna de Anna Kariênina. Quando o canal viraliza da noite para o dia, a súbita fama rende milhares de seguidores e, para surpresa de todos, uma indicação à Tuba Dourada, o Oscar das webséries. Esse evento é a grande chance de Tash conhecer pessoalmente Thom, um youtuber de quem sempre foi a fim. Agora, só falta criar coragem para contar a ele que é uma assexual romântica ou seja, ela se interessa romanticamente por garotos, mas não sente atração sexual por eles. O que Tash mais gostaria de saber é- o que Tolstói faria?

Depois de bastante tempo, eu resolvi re-ler esse livro e fazer uma resenha para vocês. Há muito tempo, essa capa e esse título me chamaram a atenção, pois eu conhecia um Tolstói diferente do que esse livro me apresentou quando comecei a ler. Eu gostaria de começar essa resenha elogiando a autora pelo ótimo desenvolvimento da trama e dos personagens. Por ser livro único, a autora teve que trabalhar para não deixar fendas abertas em um curto espaço de tempo. E ela soube exatamente o que fazer para que isso não acontecesse.

Nós somos jogados de cara em uma casa onde as pessoas que habitam-na são totalmente diferentes umas das outras. Kathryn conseguiu nos apresentar culturas totalmente diferentes umas das outras, como a mãe de nossa personagem principal (que é nômade e comunista da Nova Zelândia) e seu pai (que é filho de imigrantes tchecos e capitalista), embora esse não seja o foco principal da história.

" - É melhor ser honesto que feliz. Porque, mesmo que a princípio você seja feliz, uma hora ou outra vai ter que ser honesto consigo mesmo.”

Como primeiro plano, Tash, personagem principal, viraliza na internet com seus amigos da noite para o dia. Essa foi a realidade de algumas pessoas famosas de hoje em dia e, que retratada no livro, podemos reconhecer o quanto pode ter sido difícil para essas estrelas darem de cara com o peso da fama. Isso fica bem explícito na história.

Por outro lado, temos um romance se desenvolvendo também: Tash e Thom. Esse casal começa a aparecer de fato após a trama ter sido apresentada, a cultura de cada personagem ter sido retratada, o peso na fama na vida de Tash estiver explícito, enfim. Mas Tash enfrenta um problema: ela é uma assexual romântica, o que leva ela a uma difícil conexão com Thom.

Tolstói nos é apresentado como uma divindade para Tash. Tudo o que ela conquistou com a fama ela deve a ele pelo brilhante romance Anna Kariênina, que mudou a sua vida. Embora ele seja um personagem ausente corporalmente na trama, a autora deixa bem claro que ele representa muito não só a personagem principal, mas para todo o elenco da minissérie.

“As pessoas adoram ficar falando sobre o apocalipse – se tudo vai acabar em uma guerra nuclear, uma epidemia zumbi ou uma invasão alienígena. Mas acho mais provável que o fim venha em um dia normal, quando a gente parar de tentar entender os motivos dos outros, viver em casas separadas e apodrecer sozinho.”

Eu gostaria de parabenizar mais uma vez a autora por esse trabalho incrível.

Sobre a autora:

Katheryn Ormsbee gosta de roupas dos anos 60, músicas dos anos 70 e filmes dos anos 80, mas nasceu nos anos 90. Natural do Kentucky, nos Estados Unidos, já morou na Espanha e na Inglaterra e foi professora de inglês.

Hoje, vive na cidade de Nashville e, além de se dedicar à escrita, também dá aulas de piano.