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RESENHA: O Rei de Palha | K. Ancrum

  • Marco Túlio G. Evaristo
  • 4 de jan. de 2019
  • 5 min de leitura

Título Original: The Wicker King

Gênero: Y.A.

Editora: Plataforma 21

Ano de Publicação (BR): 2018

Número de Páginas: 324

Minha Nota: 5 de 5 <3

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Sinopse:

August é considerado um desajustado piromaníaco, enquanto Jack é a estrela do time de rúgbi do colégio. A amizade dos dois nasceu ainda na infância, e a força dela é algo que eles mantêm em segredo. Ninguém sabe, mas Jack e August contam com o apoio um do outro para sobreviver – o apoio que suas famílias não oferecem. Quando Jack passa a ter alucinações cada vez mais vívidas, August decide ajudá-lo da única forma que sabe: saltando com Jack em seu reino fantástico que beira o mundo real. Então, Jack guia August por uma jornada sombria, acreditando que assim suas alucinações terão fim. Enquanto lutam pela própria sanidade, eles seguem em queda livre por um mundo surreal. Mas, ao final, cada um deverá escolher a própria verdade.

 

Gente. Eu gostaria de começar essa resenha elogiando a dedicatória da autora. Eu realmente nunca li uma dedicatória tão forte. Realmente, K. Ancrum tem o poder da escrita. Ela consegue dizer muito em apenas poucas palavras, e, como se a dedicatória já não bastasse, o livro inteiro é assim e vamos falar sobre isso aqui mesmo!

DEDICATÓRIA:

"Este livro é dedicado a todos os jovens cujos braços carregam coisas demais, mas que se esforçam ao máximo para não derrubar nada. Eu vejo vocês e tenho orgulho por tentarem."


Eu realmente desconheço um livro tão forte a esse nível. Vamos começar pela edição que diz muito sobre o livro. MUITO MESMO!


As páginas do livro, a medida que ele vai ficando mais intenso e mais sério, vão "queimando", ou seja, elas ficam pretas! O nome do livro condiz com isso ("Palha") além de fazer referência a situação de nosso personagem principal Jack, que enxergava suas alucinações desde cedo, quando decidiu se torna o Rei de Palha. A edição também conta com imagens e documentos ao longo do livro que vão te apresentando o caminho para o desfecho, além de darem algumas dicas sobre o que está por vir. Estou falando sério: a edição diz muito sobre o livro!


Além desse contexto, nós temos um importante assunto (talvez o principal) que é aonde vamos chegar com tudo isso que estamos vivendo (no caso do nosso personagem principal, as alucinações e a depressão). O livro traz uma mensagem muito grande de apoio ao ser humano. Independentemente do problema! Nos é apresentado dois jovens (August e Jack). Os dois levam vidas totalmente diferentes, mas o August não hesita em ajudar o Jack em tudo o que for preciso. Os dois tem um laço de amizade tão grande que chega a ser assustador. Mesmo não tendo os mesmos sentimentos e a mesma visão do Jack, o August é obrigado à ajudar o amigo, pois ele é muito importante para ele. O livro fala por si só quando nos é apresentado os dois lados da história (sem intercalar capítulos!) onde podemos ficar claramente cientes sobre quais são os sentimentos de uma pessoa com depressão e quais são os das pessoas que querem ajudar.


"- Eu sou responsável por ele. E devo isso a ele. É importante pra mim saber que ele tá bem. Mais importante que qualquer coisa agora."


Além de tudo isso, mesmo com recusa, os amigos também se propõem a ajudar o personagem, a entender seu problema e mergulhar fundo em seu mundo, pois, querendo ou não, o Jack vive em uma realidade totalmente diferente!


A autora tem um poder de escrita sensacional. Cada capítulo do livro tem, no máximo, duas páginas completas. Mas, mesmo tendo apenas essa quantidade, a autora não deixa de dizer nada que ela não queira, o que faz com que o livro, embora seja curto e com uma ótima dinâmica, apresente ideias em um espaço curto, facilitando nosso entendimento. Resumindo, a autora conversa com seu leitor por meio de uma história curta, mas muito bem elaborada e que não deixa seus propósitos de lado.




Esse livro nos apresenta a personalidade de verdadeiros adolescentes do século XXI. Ele traz diálogos longos, desabafos, verdades. Ele nos apresenta jovens rebeldes, que ainda não decidiram o que fazer da vida. Ele nos apresenta famílias desestruturadas e seus problemas pessoais. Tudo isso de forma dinâmica. Se compararmos esse livro com um livro do mesmo gênero, podemos notar grande diferença, pois alguns desses outros livros não retratam a verdadeira identidade desses adolescentes. Já O Rei de Palha nos apresenta uma coisa seca, ou seja, ele vai direto ao ponto. Ele não rodeia sua ferida, ele vai direto nela!


"A escuridão era profunda e pura e nítida. [...] Nada poderia substituir a glória da graça do Rei de Palha - a paz de voltar depois de defender sua honra."

A autora, como disse anteriormente, escreve como se estivesse falando com seu leitor. Imagine você deitado em sua cama e algum ente querido chega e comece a contar uma história que te prende, mas ela conta pouco a pouco! Essa é a dinâmica do livro! Por mais que, por essa descrição, pareça que o livro vai demorar a andar, você quase força a autora a escrever mais sobre ele. Essa conexão é bizarra de tão forte!


O livro aborda a depressão e como a sociedade, em si, lida com isso. Algumas pessoas pensam que remédios podem fazer o bem, outras acham que internar pode fazer melhor, enfim. O livro traz toda essa bagagem junto a si e se amarra com várias conclusões. Melhor explicando, o liro termina com algumas perguntas para você: "O que você acha melhor?", "Você suportaria tudo isso?", "Como seria sua vida se isso estivesse presente?". Essas são algumas das perguntas que o livro deixa em aberto, e cabe a você responde-las da maneira que achar mais conveniente!


Eu gostaria de finalizar essa resenha com um diálogo que me emocionou muito. Se você tiver o livro, está bem no final da página 193.


" - Seria fraqueza se eu dissesse que só estava solitária? É difícil fazer amigos depois que a gente sai da escola - ela admitiu.

- Não é fraqueza - August disse, firme.

[...]

- Não é fraqueza. Minha mãe me falou uma vez que ficar sozinho deixa você mais fraco a cada dia, mesmo se não for fraco - ele disse, baixo - Mas não é tão ruim se estiver com outras pessoas que também estão sozinhas. Podemos apoiar una aos outros como um castelo de cartas."


 

Sobre a autora:



K. Ancrum cresceu em Chicago, nos Estados Unidos, sob o rigor ilusório do sistema escolar público. Iniciou a faculdade de Moda, mas foi persuadida a entrar numa graduação de Inglês depois de passar noites demais realizando experimentos literários e passeando com sujeitos desagradáveis, como estudantes de poesia. Mora no estado da Geórgia (EUA) e escreve livros no trabalho quando não tem ninguém olhando. O Rei de Palha é sua aclamada estreia na literatura.


 

Se você gostou da nossa resenha, não se esqueça de compartilhar com os amigos e leitores que você conhece!

<3 Uma ótima leitura para vocês <3

 
 
 

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Marco Túlio G. Evaristo
13 anos. Leitor voraz. Adora literatura, viagens, música e séries. Músico com especialização em Bateria. Nasceu em uma cidade no interior de Minas Gerais, Itabira. Fantasia é o gênero do seu primeiro livro: “Coragem Submersa”. Autor do Sea of Books Channel/Blog. Acredita que quem não gosta de ler ainda não achou o livro certo.
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