RESENHA: Em Algum Lugar nas Estrelas

Título Original: Navigating Early

Gênero: Drama, Romance

Editora: DarkSide Books

Selo: Dark Love

Ano de Publicação (BR): 2016

Número de Páginas: 276

Minha Nota: 5/5 <3

ISBN: 9788566636833

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Sinopse:

A Segunda Guerra Mundial estava no fim, mas Jack Baker não tinha motivos para comemorar. Sua mãe morreu e seu pai... bem, seu pai nunca demonstrou se preocupar muito com o filho. Jack é então levado para um internato no Maine (o mesmo estado onde vivem Stephen King e boa parte de seus personagens).

O colégio militar, o oceano que ele nunca tinha visto, a indiferença dos outros alunos: tudo aquilo faz Jack se sentir pequeno. Até ele conhecer o enigmático Early Auden. Early, um nome que poderia ser traduzido como precoce, é uma descrição muito adequada para um prodígio como ele, que decifra casas decimais do número Pi como se lesse uma odisseia. Mas, por trás de sua genialidade, há uma enorme dificuldade de se relacionar com o mundo e de lidar com seus sentimentos e com as pessoas ao seu redor.

Quando chegam as festas de fim de ano, a escola fica vazia. Todos os alunos voltam para casa, para celebrar com suas famílias. Todos, menos Jack e Early. Os dois aproveitam a solidão involuntária e partem em uma jornada ao encontro do lendário Urso Apalache. Nessa grande aventura, vão encontrar piratas, seres fantásticos e até, quem sabe, uma maneira de trazer os mortos de volta – ainda que talvez do que Jack mais precise seja aprender a deixá-los em paz.

WoW! Eu não sei o que falar desse livro! Assim que terminei de ler senti a NECESSIDADE de de vir até aqui e fazer uma resenha para vocês! Vamos por partes.

Já tinha começado a ler esse livro nas férias de Dezembro, em 2016. Mas, como era férias, então não engatei muito a leitura e o deixei um pouco de lado. Resolvi pegar esse livro para ler agora em 2018 e não me arrependi nem um pouco!

"- Ninguém pode dizer nada sobre saber o nome das estrelas. O céu não é um campeonato ou uma prova. A única pergunta é: você consegue olhar para cima? Absorver tudo aquilo? Quanto ao nome das constelações, elas não são meio nem fim. As estrelas não estão presas umas as outras. Estão lá para serem admiradas. Olhadas, desfrutadas. É como pescar com vara. Pescar com vara não é sobre pegar o peixe. É aproveitar a água, a brisa, os peixes nadando em sua volta. Se pegar um, ótimo. Se não... melhor ainda. Significa que você pode voltar e tentar de novo!"

[Pág. 168]

Jack Baker e Early Auden formam uma combinação maravilhosa! Os dois tem muito em comum e toda a história do livro vai girar ao redor disso. Jack perdeu a mãe quando criança e seu pai não liga mais para ele. Já Early, perdeu o irmão, Fish (que era uma celebridade atlética no internato), em uma guerra, mas ele não aceita isso e ainda acha que o irmão está vivo. Os dois se conhecem e logo se identificam.

Logo no início das festividades de fim de ano, os alunos voltam para a casa, mas Jack e Early ficam no internato e planejam começar uma expedição em busca de um Urso (que mistura com as constelações - Ursa maior e ursa menor) que os levará até o irmão de Early.

Early acredita que o Pi (esse mesmo que você aprendeu em matemática e que equivale 3,14...) existiu e, ao contrário de seu professor de matemática, acreditava que era infinito e que seus números depois de 3,14 contavam uma história.

O livro é narrado em primeira pessoa por Jack e tem capítulos intercalados com a história de Pi e seus números.

Foi uma jogada e tanto da autora usar a matemática para entreter jovens e adultos, pois, a maioria desses jovens DETESTAM matemática. Mas também foi uma sacada e tanto ela ter colocado o número Pi, pois ele é enigmático e ela pode aproveitar isso da melhor maneira possível para o desenrolar da história.

Acho que, para crianças ou mesmo jovens que ainda não sabem o que é Pi, quanto ele equivale, entre outros, o livro ficará um pouco vago. E é por isso que recomendo a você (se você ainda não sabe o que é Pi) dar uma pesquisadinha básica na internet antes de ler, OK?!

"Encontrar o caminho não significa que você sempre sabe o que está fazendo. Saber encontrar o caminho de volta para casa é que é importante!"

[Pág. 238]

O livro tem muitas passagens que te deixarão chocados e, dicas a parte, leia esse livro apenas se tiver tempo de sobra, pois ele vai te prender e te deixar muito ansioso pelo final!

A escrita da autora e a forma como ela desenvolve as personagens é muito poética, simples e delicada. Pouco a pouco os personagens vão te conquistando e, quando você percebe, o livro já acabou.

A muito tempo eu não faço uma leitura tão proveitosa assim. Foram sete dias de muito suspense e sentimentos que aqueceram meu coração nesse outono. Sem sombras de dúvidas, esse vai ser considerado por mim um dos melhores livros de 2018!

Apesar de a escrita da autora demorar um pouco para fluir no início, você consegue pegar muito bem tudo o que ela quer dizer, devido as subjunções presentes em algumas frases e que tem grande significado no final, além de um pouco de poesia no meio.

Nos são apresentados vários tipos de personagens como: piratas, estudantes, números, idosos, pescadores, entre outros. Essa diversificação dá um ar de culturas a mais para a história. E isso é muito legal!

Temos várias referências ao longo do livro, como a National Geographic, cantores como Billie Holiday, Instrumentistas como Mozart. E o legal é que, para cada dia da semana (com a exceção de terça, quinta e sexta) temos um cantor e, "quando chove é sempre Billie Holiday."

Enfim...

Eu adorei o livro e queria que ele durasse para sempre, pois, além do final (que é um ESPETÁCULO) os personagens são muito cativante e toda a trajetória e aventura que eles passam ao decorrer do livro são muito emocionantes.

Ainda não mencionei a edição do livro, mas nem preciso falar que ela é MARAVILHOSA, delicada e toda rica em detalhes mínimos. A fitinha, o marcador (que tem TUDO a ver com a história), as contracapas e ilustrações de constelações no início do capítulo te deixa ainda mais ansioso pela leitura.

Meus parabéns a autora e a toda a equipe que preparou esse livro!

"Lá em cima é como aqui embaixo, Jackie. Você precisa procurar as coias que nos conectam. Encontrar os jeitos com que nossos caminhos se cruzam, nossas vidas se interceptam e nossos corações se encontram"

[Pág. 272]

Sobre a Autora:

Clare Vanderpool adora ler, pesquisar e viajar. Começou a ler aos cinco anos e a escrever aos seis, quando seu primeiro poema foi publicado no jornal da escola. Seu primeiro romance, Moon Over Manifest (traduzido como "Minha Vida Fora dos Trilhos"), foi premiado com a John Newberry Medal de mais distinta contribuição para a literatura infantil norte-americana. Clare mora em Wichita, Kansas, com o marido e os quatro filhos do casal.