RESENHA: O Sol Também é Uma Estrela | Nicola Yoon
Título Original: The Sun is Also a Star
Gênero: Romance, Y.A.
Editora: Arqueiro
Ano de Publicação (BR): 2017
Número de Páginas: 288
Minha Nota: 3.5 de 5
Sinopse:
- Natasha: Sou uma garota que acredita na ciência e nos fatos. Não acredito na sorte. Nem no destino. Muito menos em sonhos que nunca se tornarão realidade. Não sou o tipo de garota que se apaixona perdidamente por um garoto bonito que encontra numa rua movimentada de Nova York. Não quando minha família está a 12 horas de ser deportada para a Jamaica. Apaixonar-me por ele não pode ser a minha história. - Daniel: Sou um bom filho e um bom aluno. Sempre estive à altura das grandes expectativas dos meus pais. Nunca me permiti ser o poeta. Nem o sonhador. Mas, quando a vi, esqueci de tudo isso. Há alguma coisa em Natasha que me faz pensar que o destino tem algo extraordinário reservado para nós dois. - O Universo: Cada momento de nossas vidas nos trouxe a este instante único. Há um milhão de futuros diante de nós. Qual deles se tornará realidade?
Já irei começar o post citando minha decepção com o livro. Ele foi um misto de bom e mais ou menos que nunca tinha visto na vida. Lê-lo foi uma experiência bastante confusa e controversa. Eu realmente desejo ver o filme desse livro para poder sentir essa sensação novamente e confirmar minhas hipóteses.
Várias pessoas em que eu confio na opinião literária gostaram muito desse livro. como dizem, existe uma primeira vez para tudo e, nesse caso, até para opinião contrária!
“Às vezes a verdade pode doer mais do que a gente espera.”
Vamos começar essa resenha citando as coisas boas que o livro tem a oferecer.
Bom... Eu adorei essa forma de contar a história que a autora usou. Nós temos dois pontos de vistas principais: Natasha e Daniel. A partir de como as coisas entre eles vão acontecendo, o universo vai narrando o livro como se estivesse explicando por que aquilo está acontecendo. Mas esse universo não tem só uma forma, pelo contrário. A história de várias personagens, da ciência em prol da humanidade e dos sentimentos contrários a essa ciência se estendem e dão forma a esse narrador observador. Essa foi uma jogada muito interessante da autora, pois nunca li um livro com essa estrutura.
Como disse, duas das coisas que dão forma ao universo são a ciência e os sentimentos. Esses dois pontos de vista nos contam a história principal se debatendo entre si. De um lado nós temos Daniel com seu "amor-a-primeira-vista" e do outro n´s temos "Natasha-e-nada-de-amor-a-primeira-vista". O mais engraçado é que cabe ao leitor escolher seu lado. Outra coisa interessante dentro desse assunto é o fato de o amor ele é explicado de várias formas: cientificamente como uma reação eletro-química do corpo em si, como sendo a coisa mais poderosa do mundo e na prática. como disse anteriormente, cabe ao leitor escolher seu lado.
“Secretamente, no fundo do coração, quase todo mundo acredita que existe algum sentido, alguma objetividade na vida. (...) Ninguém quer acreditar que a vida é aleatória.”
Os personagens são muito bem construídos. O mais interessante/importante é que eles não apresentam padrões definidos pela sociedade. De um lado nós temos uma menina negra, jamaicana, imigrante ilegal e inteligente. do outro lado nós temos um asiático com uma família meio desestruturada e um irmão que, apesar de ser asiático também, não aceita esse fardo e, muito menos, assumir seu verdadeiro nome! Duas bombas são jogadas no mesmo lugar e elas estão prestes a explodir. É muita coisa a ser trabalhada, e a autora não peca em nenhum momento. Ela não deixa nenhuma ponta solta (até a metade do livro), nem nada mais. Coisa que muitos não conseguem fazer.
As coisas que me decepcionara dão partida da metade para o final do livro. Repetindo o que disse antes, três pontos de vistas nos são apresentados e a autora consegue manter essa teia de ligações perfeita até a metade do livro. A partir daí as cisas começam a desandar.
Falar de sentimentos já é uma coisa complicada e, com certeza, se complicará muito mais se você colocar a ciência e o universo inteiro no meio do jogo. E é aí que Nicola Yoon perde seu "jogo-de-cintura". Ela acaba focando mais nos sentimentos e começa a deixar de lado tudo o que Natasha e o universo disseram antes, fazendo com que metade da primeira metade do livro não tivessem importância para o desfecho da história.
“A vida não passa de uma série de decisões, indecisões e coincidências idiotas às quais decidimos dar significado.”
Ela procura aprofundar mais os personagens pois, o livro é narrado em um único dia, ou seja, eles ainda estão se conhecendo. Mas, a partir do momento em que eles se conhecem profundamente e não tem mais onde explorar o livro simplesmente acaba. Fica um espaço vago em certas dúvidas. E bem aí entra o porquê eu desejo assistir o filme. Eu acho que, em alguma parte desse filme esteja as respostas que eu procuro. EU CREIO NISSO! Pois não é possível alguém terminar um livro e deixar de lado coisas que poderiam ser úteis para a história, para um digno fim de um jogo entre os sentimentos, a ciência e o UNIVERSO!
Resumindo, muita coisa ficou sem explorar e, apesar de os personagens interagirem de modo muito bacana com esses elementos, várias dúvidas surgiram no caminho sem ter uma digna conclusão.
E é isso pessoal! Embora o livro tenha me decepcionado em diversos momentos, para quem gosta de livros com uma temática diferente, eu recomendo "O Sol Também É Uma Estrela"
“Para a maioria dos imigrantes, mudar para um país novo é um ato de fé. Mesmo que você tenha ouvido histórias sobre segurança, oportunidade e prosperidade, ainda assim é um grande salto se afastar de sua língua, de seu povo e de seu país. De suas raízes.”
Sobre a autora:
Nicola Yoon é autora do best-seller Tudo e Todas as coisas, cuja adaptação para o cinema estreiou em 2017. Ela nasceu na Jamaica, cresceu no Brooklyn e mora em Los angeles com a família.
É uma romântica incurável que acredita ser possível se apaixonar num instante e que isso pode durar para sempre.
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